segunda-feira, 17 de novembro de 2008

FILOS

H. Miller provoca
Não posso expulsar do espírito a discrepância que existe entre idéias e vida. Uma deslocação permanente, embora tentemos encobrir as duas com um toldo brilhante. E não adianta. É preciso unir idéias à ação... As idéias não podem existir sozinhas no vácuo da mente. Estão relacionadas com vida: idéias biliares, idéias renais, idéias intersticiais, etc. Se fosse apenas por amor a uma idéia, Copérnico não teria destruído o macrocosmo existente e Colombo teria naufragado no mar dos Sargaços. A estética da idéia cria vasos de flores, e vasos de flores a gente põe no peitoril da janela. Mas se não há chuva ou sol de que adianta pôr vasos de flores do lado de fora da janela?”
Trópico de Câncer, p. 230.
G. Deleuze e F. Guattari potencializam
“Os conceitos filosóficos são totalidades fragmentárias que não se ajustam umas às outras, já que suas bordas não coincidem. Eles nascem de laços de dados, não compõem um quebra-cabeças. E, todavia, eles ressoam, e a filosofia que os cria apresenta sempre um Todo poderoso, não fragmentado, mesmo se permanece aberto: Uno-Todo ilimitado, Omnitudo que os compreende a todos num só e mesmo plano. É uma mesa, um platô, uma taça. É um plano de consistência ou, mais exatamente, o plano de imanência dos conceitos...”
“ ...o problema do pensamento é a velocidade infinita, mas esta precisa de um meio que se mova em si mesmo infinitamente, o plano, o vazio, o horizonte. É necessário a elasticidade do conceito, mas também a fluidez do meio[1]. É necessário os dois para compor ‘os seres lentos’ que nós somos.”
O que é a Filosofia?, p.51
[1] Sobre a elasticidade do conceito, Hubert Damisch, Prefácio a Prospectus de Dubuffet, Gallimard, I, p. 18-19.
A Arte encarna
Se depender de mim, nunca ficarei plenamente maduro nem nas idéias nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental.”
Tempo morto e outros tempos

contínuos

contínuos
pensamento/clínica/expressão